O Pão da Vergonha

“Em tempos passados, um homem rico cruzou com um homem pobre e o convidou para vir a sua casa para compartilhar um pouco do seu pão. O homem pobre não comia há dias, então comeu com ganância, deliciando-se. Mas não conseguiu afastar a vergonha que sentia por não ter ganhado o pão com o suor de seu rosto. E por fim essa vergonha começou a interferir no prazer da refeição. Daí em diante, o homem pobre teve a percepção direta da vergonha que experimentou pelo pão que obteve sem merecer, ou pelo que agora chamamos de Pão da Vergonha.”

 

Pessoas lindas em nossa jornada,

Queremos que, por meio deste artigo, possamos fazer uma reflexão sobre nossa forma de agir diante dos desafios da vida, a fim de que tenhamos chance de alcançar a Luz tão desejada…aquela que encontramos apenas na realidade dos 99% (artigo de 29.11.2011).

O Pão da Vergonha é outro conceito cabalístico que refere-se à sensação de realização, de merecimento, que faz com que aquilo que recebemos seja realmente prazeroso. Lembrando que a necessidade de receber e ter prazer está em nosso íntimo desde que o Criador nos concebeu (mais sobre isto no artigo postado em 17.01.2012).

É preciso que entendamos a sutil diferença entre termos desejos realizados e realizarmos desejos.

Se você trabalha, por exemplo, pense em como se sentiu quando comprou algo que queria com seu primeiro salário. A sensação é prazerosa, de ser vitorioso.

Perceba que a forma como agimos em nossa vida faz com que tenhamos características reativas ou proativas, sendo a REAÇÃO a forma como nosso EGO demonstra que nos vemos como vítimas diante de situações conflitantes. Quem reage se sente perseguido pelo cosmo, acredita que o mundo lhe deve algo (facilidades), é incapaz de fazer algo por si mesmo, já que acredita que tudo deve lhe ser dado pronto para que consiga ser feliz. A reação vem acompanhada da ideia de sermos efeito e não causa, de sermos seres criados sem a capacidade de criar, sermos controlados por tudo, sendo nossa única aptidão receber, receber, receber…

Mas o mundo não é algo que nos acontece, é algo que fazemos acontecer.

À medida que conseguimos abafar o ego por meio da resistência, mais abrimos as cortinas e podemos ver os atributos da Luz (realidade dos 99%); mais nos tornamos seres com características proativas, como a convicção de que somos seres Criadores, que somos a causa, que estamos no controle da situação (deixando de ser vítimas) e, principalmente, sendo seres que compartilham.

“As coisas ficam mais prazerosas se as obtivermos por nosso próprio esforço e formos capazes de compartilhá-las”.

Isto não quer dizer que você nunca deva aceitar a generosidade alheia. Ao aceitar a gentileza de outra pessoa, você a estará ajudando a reduzir seu Pão da Vergonha. Entretanto, certifique-se que está recebendo com apreciação e com o saber consciente de que a outra pessoa tem algo que precisa compartilhar.

E é com este pensamento que encerramos a introdução à cabala. Mostrando que nossa felicidade e realização está em nossas próprias mãos.

Então, arregacemos as mangas e mãos à obra!